Viver, é ajudar os outros a viver

Carta aos Amigos do Mundo N° 72

Do Acampamento Dandara, no Brasil, onde numerosas famílias reconstroem as suas vidas, até Ilo, no Peru, onde empregadas domésticas se reúnem para partilharem as suas competências e experiências, este exemplar da “Carta” leva até vós um certo número de ações enraizadas em laços de amizade, de confiança e de fraternidade.

«Estes desejos das crianças… são um direito, não são um sonho.» É com estas palavras que o redator de um de artigo publicado num jornal que dava a palavra a crianças de todos os meios sociais conclui o seu texto. «Um direito e não um sonho». Não se trata duma coisa que se publique num decreto, é algo que se constrói a partir de laços de proximidade, de laços de amizade, de laços de compreensão, de confiança e de compaixão, e também de laços tecidos pela ação. É isto que exprimem os artigos desta “Carta”, de diversas maneiras e em contextos variados.

«Quando chove de noite, fico com o coração apertado e não durmo bem porque penso nas famílias dos bairros muito pobres.»

«Elas aprenderam a defender os seus próprios direitos; e elas comprometeram-se a defender os direitos de outras mulheres.»

«O povo está acordando. Nossa luta não será em vão.»

«A Brigitte (uma menina de 4 anos que sofre de paralisia cerebral) dá-me um belo exemplo de constância através da sua luta pela vida.»

«É uma comunidade que, apesar das situações problemáticas de muitos dos seus habitantes, consegue manter condições de convívio intercultural e mobilizar-se na construção do seu próprio futuro.»

Todas as reações que recebemos e que dizem respeito à Convenção Internacional dos Direitos da Criança (página 4) estão dentro do mesmo espírito. Embora falem de realidades graves, dolorosas e inaceitáveis, elas revelam a grandeza dos homens e das mulheres que vivem essas realidades, que as recusam, e que levam outras pessoas a recusá-las com eles. «Sem a solidariedade, nada é possível neste mundo; viver é ajudar os outros a viver.» E é com esta afirmação que numerosos jovens arrastam muitos outros para agirem todos em favor das crianças vivendo em condições difíceis.

Viver, é ajudar os outros a viver, é ter em si uma ambição que engloba toda a gente.

Huguette Redegeld

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Este número da “Carta aos Amigos do Mundo” (clique aqui para a transferir) relata ações concretas realizadas no Brasil, no Peru e no Equador, assim como comentários enviados por correspondentes que lutam ao lado dos mais pobres na Costa do Marfim, na Itália, no Egipto, na República Democrática do Congo e noutros países.

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Carta aos Amigos do Mundo N° 72